sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Conflito de gerações

Ao concluir a leitura do primeiro capítulo da obra de Seymour Papert fiquei a pensar em vários aspectos que o autor referiu, e convém dizer que isso não seria possível, ou pelo menos não tão fácil se a sua linguagem fosse de difícil compreensão, o que não o é, bem bem contrário, o autor utiliza uma linguagem corrente e de aproximação, sendo para mim um aspecto bastante importante na leitura de um livro.
De facto a relação entre pais e filhos relativamente ao computador é bastante complexa devido a meu ver, primeiro que nada exactamente à oposta infância que estes tiveram um do outro. Relativamente ao modo de adquirir conhecimento, à sua rapidez e também tendo em conta até que ponto dependem de terceiros.
Os nossos pais pouco conseguiam saber algo sem perguntar a outras pessoas, já as crianças de hoje, através do computador, mais especificamente da internet, sabem mais do que os pais e não me refiro a conhecimentos tecnológicos, porque isso já sabemos mas mesmo relativamente a determinados assuntos que aparecem nos media.
E porque gostam as crianças do computador? Porque estas tornam-se independentes dos pais, regulando o seu próprio conhecimento.No entanto, num aspecto negativo, conheço crianças que por terem acesso à Internet (à informação) pensam que a escola já não serve, não apresenta nada de novo, ela apenas menciona o que os alunos têm de aprender, mas não cabe à escola ensinar.
Na minha opinião, o computador é essencial para as crianças aprenderem e integrarem-se na sociedade (até porque quem não domina actualmente os computadores é um tanto excluido, relativamente aos jovens) e tenho pena de não haverem tantos computadores na escola como no seio familiar, como é referido no livro, no entanto, convém perceber que o computador não substitui a escola nem vice versa. São ambos importantes, que se complementam para poderem melhorar o sistema educativo.
Gostei particularmente do caso da Lisa visto que de algum modo também já tive um modo idêntico de pensar ao dela.
A verdade é que comecei a manusear o computador um pouco tarde ao que é habitual e quando o comecei a fazer em unidades curriculares no Secundário, o pânico era imenso e devido à minha tardia experiência , fez-me pensar que nunca conseguiria acompanhar os meus colegas...eles iam sempre saber mais do que eu porque mexiam em computadores à mais tempo do que eu. Eu "via" o computador como um "bicho" tal como a Lisa.
Em tudo na vida, é preciso não ter medo e no que diz respeito ao medo de manusear o computador (que certamente ainda persiste em muitos lares) temos de pensar que só existe mais valias em tentar, quanto mais não seja para perder o medo.Outro aspecto referido é o tempo, para se aprender algo é preciso ter tempo.
Uma citação a não esquecer, segundo Papert "A sua intuição sobre as pessoas e a sua própria experiência são ricas fontes de conhecimento psicológico (pp.35)", ou seja, nunca te desvalorizes.

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